domingo, 18 de abril de 2010

Bolsas prontas

Me perco entre bolsas, dias e o que esqueci.
Dias de 24 ou 36horas, não me lembro quando dormi.
Ou horas que parecem dias, ou dias com horas erradas.
Quando o dever é calar quero falar, desabafar, dividir, contar e impor.
Quando devo falar desejo esquecer de existir,
desejo que esta hora dure um dia ou uma vida.

Eu disse que me construí de amor,
mas hora vejo que também tenho um pouco de inocência ou ignorância,
um pouco do que já fui, medo.
Não de ficar sozinho, ou ser só um,
mas medo de não ser feliz.

Medo de preparar uma bolsa e não colocar parte do meu dia,
e depois esquecer de parte.
Eu quero a parte inteira, quero que leia isto,
porque não quero mais falar.

Não consigo deixar aquele liquido salgado, que chamam de lágrimas, e eu chamo de saudade sair.

Quero, sinto, esqueço, rolo, pulo e finjo de morto;
finjo de vivo também.
Aceito comandos do coração, outros chamam de razão,
mas se isso fosse, seria mais fácil.

Respiro fundo, imagino e fecho os olhos,
e quando abro estou dentro deste ônibus.
Cadê você que sempre esteve do meu lado?

Olha, nem um dia, ou nada perto de tudo.
Sei que tudo fará sentido na hora certa,
que esta hora chegue,
não consigo mais acertar horas erradas.

Certo de que o melhor não é o contrário,
e saber que dou meu máximo é o que me conforta.

A sincronia só existe no amor, lembra?
Eu não esqueço.
Vivo acreditando em mim, cheio de altos e baixos.

Já tenho que descer,
colocar minha bolsa nas costas,
esquecer e viver horas ou passar por horas como definir.
Dentre tantas escolhas isso é o mínimo.
Isso é TUDO.


Mar/2010

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